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Caminhada de liderança [primeira mudança]

Bom, por onde começar?

Acho que essa é a pergunta que muitos de nós nos fazemos, quando entendemos que essa é a trilha que queremos seguir. E é também a dúvida que me surge ao tentar começar a escrever esse texto, é difícil dizer onde tudo começa, mas vou tentar definir um ponto de partida.

Na minha jornada, tudo começou com a vontade de fazer diferente, eu tinha o engajamento necessário, a vontade de mudar, o time me via como uma liderança natural, mas eu não me via nos meus líderes, na época eu achava que deveria me enquadrar para ser “um deles”.

Pois aí está, tudo começa com uma palavra simples, e forte o suficiente para guiar o todo, propósito, a mesma coisa que buscamos na vida pessoal, deve ser o que nos impulsiona na vida profissional.

Pois bem, vamos começar por aí, eu encontrei o meu propósito em um dia comum de trabalho.

Estávamos em um encontro na empresa, daqueles grandes, onde diversas áreas se juntam. Nesse dia, um dos Superintendentes estava se aposentando, eu nem me lembro do nome dele, mas me lembro claramente da reação das pessoas ao saberem que aquele era o último dia em nosso contexto. Muitas pessoas bateram palmas sinceras, outras tantas estavam chorando, isso mesmo, parece surreal, mas estavam chorando. Nesse momento eu entendi que meu propósito, era fazer diferente, era mudar a vida dos que estavam ao meu redor, era transformar, para melhor o dia a dia de todos, e isso me guiou até o momento.

Primeira dica:

Encontre um propósito, ele possivelmente não vai ser igual ao meu, possivelmente será único, será o que te guia, o que te faz se dedicar, sem ele, você está fadado ao fracasso. O seu propósito pode ser chegar ao cargo mais alto possível, pode ser ganhar muito dinheiro, ou até mesmo se desafiar. Não existe propósito bom ou ruim, certo ou errado, mas se lembre, seu propósito deve ser forte o suficiente para te guiar, pois o caminho não é fácil, e esse é só o primeiro passo.

Depois de encontrar o seu propósito, vamos para parte pratica, a liderança se dá por vários meios, e eu acredito que ela é formada por aspectos pessoais, estudo, e horas de voo.

Segunda dica:

Quando digo aspectos pessoais, me refiro a como você trata os demais, como você é visto pelo outro, isso de certa forma define a aceitação. Lembrando que não tem certo nem errado, todos somos diferentes nesse sentido, mas uma coisa é necessária , você deve refletir sobre as suas atitudes, em como você trata ou até mesmo entende os demais, lembrando que a liderança começa  por pessoas, você vai liderar pessoas, ou seja se dedique a entende-las. Trabalhe a escuta ativa, ou seja, realmente ouça o que o outro tem a dizer, trabalhe a empatia entenda o que ele está passando.

Estude, sim liderar é estar em constante aprendizado, estude muito, leia sobre o assunto, busque livros, cursos e conversar com quem já trilhou esse caminho, isso vai te ajudar muito, principalmente a abrir novos caminhos na sua mente.

Treine sempre. Você precisa treinar, não tenha vergonha, fale com os mais próximos, peça para treinar, ajude seus pares, de feedback eles fazem bem, ajude os demais a se formarem, exerça a liderança mesmo sem o cargo.

Essas são as primeiras dicas, que falam muito sobre as pessoas, mas liderar não é só isso, liderar passa por conhecimento técnico, por estratégia e por outras tantas matérias.

Na primeira mudança, você basicamente sai de um viés operacional e entra em uma visão tática, e aqui você deve entender os conceitos e o que isso significa. Essa na minha opinião é a mudança mais difícil, e a que nós tendemos a achar a mais fácil.

Visão operacional, antes de trilhar a carreira de liderança, éramos operacionais, cada um em sua matéria, mas fazíamos coisas e entregávamos resultado palpável ao final de um dia, e isso nos levou a ganhar reconhecimento, nos deu a possibilidade de evoluir na carreira, possivelmente de ganhar aumentos salariais, e de ser entendido pela gestão e pelo time como um bom funcionário, e aqui que mora o perigo.

Quando fazemos nossa transição neste primeiro degrau, precisamos olhar o dia a dia de maneira mais tática, buscando reduzir ao máximo a necessidade de atuação operacional, porém como sabemos que éramos muito bons no operacional, e temos em nosso subconsciente que isso traz resultados, uma vez que até aqui foi essa atuação que nos deu reconhecimento, fica fácil cair na armadilha de voltar ao operacional, de buscar a zona de conforto, e entenda aqui que zona de conforto não significa que você está trabalhando pouco, ou que não está aprendendo nada, muito pelo contrário, nesse momento você se sentirá trabalhando muito, porém será difícil de ver uma melhora de desempenho no time como um todo. Ou seja, você falhou, está apenas pensando no trabalho deste momento, está pensando na entrega, no seu dia a dia, e esquecendo que você lidera um time, e que todos em harmonia precisam estar se desenvolvendo. Esse é seu real trabalho.

Quando fiz minha transição para coordenador, minha primeira mudança para cargos de gestão, sofri isso na pele. No momento estávamos com um trabalho extremamente complexo, algo que não poderíamos pensar em atrasar. Ocorria também no momento uma grande transformação cultural na empresa, junto com uma reorganização de áreas, e nesse momento eu me vi trabalhando sem parar, diminuindo meu almoço, e trabalhando cerca de 15 horas por dia, e por vezes chegando a 17 horas em um dia, e na minha cabeça eu pensei que estava fazendo o certo, eu estava ajudando o time, estava planejando mas também colocando a mão na massa, estava fazendo acontecer. Doce ilusão, na verdade tudo isso ocorria, mas eu não estava sendo “Eficiente”. Enquanto eu lutava para fazer a entrega acontecer, eu claramente deixei de dar foco para o pensamento tático. Como por exemplo, pedido de aumento do time, divisão melhor de atividades, planos de capacitação, ou seja, eu estava fazendo aquela entrega, mas não estava me preparando para as demais que viriam. Recebi feedback da minha superintendente na época, me explicando onde eu estava errando, e obviamente, eu não entendi. Nesse momento, com pressão, e exaustão, dificilmente você consegue sair da bolha, ou como costumo dizer, tirar a cabeça de dentro do problema, e respirar olhando se estamos trabalhando da melhor forma.

Mas como tudo na vida é evolução e aprendizado, em pouco tempo eu reconheci meu erro e mudei de postura, mudei meu pensamento e a forma de trabalhar, diminui inclusive minhas horas de trabalho, e consequentemente diminui o ritmo insano do time, e ficamos mais eficientes.

Veja bem, conto minha história para que possam entender que é uma jornada normal, é uma mudança, e mudanças passam por aprendizados, alguns demoram mais e outros menos, mas fiquem vigilantes, lembrem de qual o objetivo do seu novo papel, e façam sua auto analise e aprendam diariamente.

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Forte abraço, Natan Pasquarelli Freitas.

4 comentários em “Caminhada de liderança [primeira mudança]

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  1. Muito bacana o tema, me identifiquei com o ponto do “desapego do operacional” , muitos de nós temos essa visão que ser produtivo e dar resultado, está sempre ligado em ser executor de tarefas, quando podemos também entregar resultados sendo estrategistas e ajudando o time a se desenvolver.

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