
Depois da primeira transição, começamos a nos acostumar com o pensamento tático, e com o tempo e aprendizado vamos ganhando maestrina neste assunto. Durante minha trajetória neste papel, coordenei diferentes assuntos e equipes, cerca de 6 equipes com 6 diferentes assuntos, e por volta de 130 colaboradores, em dois anos nesse papel.
Aqui vão algumas dicas que aprendi em algumas experiências que eu passei.
Ao fazer a minha primeira mudança de papel, e começar a coordenar uma equipe, algumas coisas me deram um frio na barriga, e a primeira delas foi o time. Assumi uma cadeira de coordenador dentro do time onde eu já atuava, o que traz certo conforto em conhecer bem o assunto, e já ter certo reconhecimento como liderança pela equipe, porém me fez pensar muito se eu seria “aceito” pela equipe, dado que até ontem éramos todos pares, todos trabalhando juntos, e aprendendo juntos, e por mais que a minha postura seja de uma liderança participativa, e de troca de conhecimentos, eu tinha receio em como o time aceitaria isso. Esse medo foi bom, me fez dar o meu melhor, me esforçar ao máximo para conseguir ainda mais reconhecimento do time, mas também me mostrou que era um medo desnecessário, dado que todos trabalhamos em diferentes papéis, eu só entendi futuramente que esse era o meu papel, e eu não precisava ter receio algum. Hoje vejo da seguinte forma, assim como temos técnicos dentro dos times que conhecem muito sobre determinado assunto, e que podem ainda assim errar sobre esse tema técnico, pois estamos todos aprendendo e mudando diariamente, temos também os lideres, que estão trilhando sua jornada e buscando o domínio desta matéria, podendo ainda assim errar, uma vez que também estão em constante aprendizado. Então caso você esteja nesse momento com esse frio na barriga, não se preocupe, ele é normal, mas não de tanta importância para ele, tudo vai dar certo ao final.
Outra coisa que me deixou apreensivo foi a postura, eu deveria mudar de postura? Ser mais sério? Menos próximo?
A conclusão que eu cheguei, foi que não, minha postura mudou pouca coisa, como gestor você precisa inevitavelmente ter conversas difíceis, falar de forma mais séria e diretiva, em algumas situações. Deve tomar cuidado também, pois suas colocações geram mais impacto, as pessoas começam a dar mais valor para o que você acha delas, e por esse motivo é sempre bom se policiar, para não gerar incômodos desnecessários. Mas isso não significa nem de perto que você deve criar uma barreira, ou até mesmo mudar sua postura. Uma vez que eu não acredito que precisamos colocar uma “mascara” no ambiente coorporativo, afinal você é você e pronto. Não há como separar seu “lado pessoal” do “lado profissional”, na minha opinião isso gera uma fissura, pois você passa a maior parte dos seus dias no trabalho, ou seja, você seria a maior parte da sua vida outra coisa que não o seu verdadeiro eu. Portanto não fuja da sua essência, seja sério se você for sério, seja extrovertido, se esse for o seu perfil, mas não mude. Fique apenas atento e vigilante nas suas ações, pois agora elas impactam uma série de outras pessoas, com um peso maior.
Bom estamos chegando ao final deste texto, e aqui acho interessante colocar mais algumas informações que podem te ajudar na transição, e no seu novo dia a dia.
Muitas pessoas me perguntam se é melhor gerir a equipe onde você atuava, ou gerir um contexto novo. Eu realmente não tenho uma resposta para isso, mas gerir a equipe da qual você já fazia parte te traz certos benefícios, pois você já conhece o time, já sabem quem sabe o que, quem procurar para determinado assunto. Você conhece o contexto, ou seja, é mais fácil dar as respostas aos superiores, ou pensar em estratégias mais assertivas. Por outro lado, querendo ou não, você possui viés, por conhecer as pessoas, e ter mais afinidade com uma ou outra, fica mais difícil, e depende totalmente de você ser imparcial, e dar oportunidades iguais a todos. O fato de conhecer o contexto também pode te tirar a oportunidade de compartilhar os problemas, e chegar em soluções ainda melhores, pois já que você conhece, terá a tendência a definir e seguir estratégias pré estabelecidas em sua mente, diminuindo a chance de ganhar novos pontos de vista compartilhando com pares ou com pessoas em outros contextos, como eu sempre digo, a massa sempre é mais inteligente que apenas um indivíduo. E por último, e na minha opinião o pior problema, o fato de conhecer o cenário, vai te induzir a voltar ao operacional, o dia a dia vai te forçar a voltar a sua cadeira antiga, a atuar com o que você já fazia, seus chefes vão acabar te induzindo a isso, sua equipe também, tudo te levará a voltar ao operacional, portanto fique atento, se policie, e aprenda a falar não e se colocar em sua nova cadeira.
Para você que já está atuando nesta cadeira, a melhor dica que posso dar é. Lidere pelo exemplo, se você precisa que seu time estude, estude também. Se você quer disciplina do time, tenha você a disciplina também, se você pede comprometimento, esteja comprometido também. Vi muitos líderes fracassando em engajar os times, por falarem coisas que eles mesmo não faziam, por pedir do time algo que eles não acreditam, lembre-se você é parte do time, então haja como tal seja rigoroso com suas ações.
Muito obrigado a todos que leram esse texto até o fim, esse não é um tutorial de como liderar, não é uma verdade absoluta e muito menos um direcionador. É apenas a minha visão do que eu passei, e do que eu aprendi. Possivelmente, amanhã aprenderei novas coisas, e terei novas visões de mundo, e espero poder contar com vocês para me ajudar nessa jornada.
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Forte abraço, Natan Pasquarelli Freitas.
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